Uma vez

Quem falou de segunda chance sabe que jamais será como a primeira? Só se vive uma vez. A verdade mais cruel se estende a todos os segundos da vida.

O êxtase das primeiras coisas, das primeiras emoções, é vivência única e intransferível. Há quem dê valor alto à algumas primeiras coisas, outros nem se importam. Há quem defenda que relevante mesmo não é o primeiro, mas o momento que está acontecendo.

Uma vez. Tanto o primeiro contato ou o começo de fato, não é exatamente disso que falo. Cada vez é uma. Cada momento é um. Uma vez! Como a primeira vez que ouvimos determinada música, jamais será igual às outras vezes que ela for ouvida. Como o último abraço dado... E se ele for mesmo o último? Sem outros.

Não existem outras vezes até que outras vezes aconteçam. E se a vida é uma, se não há outra vida, há muito mais vezes perdidas que vezes estimadas. O tempo se esvai como água pelos dedos, não há como segurar, é fluido, é solto, não se repete. Quem falar de vida, considere cada vez única. Até qualquer recomeço é outro começo, cada vez uma.

As tantas vezes passando pelas mesmas coisas: ou se perde o encanto, ou se aumenta o conhecimento. Ou se expande ou se regra a sensibilidade. As medidas mudam, as pessoas mudam suas medidas. Logo as tantas vezes que passam também são alteradas e constituídas em novas. Não são mais tantas vezes pelas mesmas coisas se as coisas mudam. Cada vez é uma...

Sentimentos não se repetem, momentos não são revividos, experiências não voltam... O amor não acontece de novo. Pois se trata de vida! É tudo um, é tudo outro, não de novo, mas novo, diferente, é tudo agora, tudo uma vez. Sem amanhã, podendo até ficar sem mais.


Assinado: Jéssica Flávia Oliveira.
/Fotos de Autores Desconhecidos

 

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